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Sem nenhuma duvida esta espécie atrai e cativa verdadeiras legiões que de alguma forma acaba se contaminando e contagiando com técnicas apuradas e formas de capturas que as vezes chegam a beira da loucura... Mas que na verdade são as superações em busca de conhecimento e dos hábitos dos peixes e também na forma de pescar. O dinamismo nesta variável do esporte é incrível e por mais que possa parecer monótono não é pois o que valia ontem hoje não serve mais e vice–versa sinto isto na pele pois a mais de uma década e ainda hoje me surpreendo com muitos detalhes que descubro a cada novo dia, mas estou sempre preparado para me adaptar alem aprender e mudar. Já estive em vários pontos privilegiados inclusive em águas internacionais e em cada um uma nova regra e forma de se pescar.
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A atração é tão forte que quando estamos em meio a pescadores fora da área de atuação (dentro do Rio) é fácil saber sobre os apaixonados pois a palavra mágica quando é dita “piapara” percebo nos olhos de alguns um brilho a mais... Por isso resolvi passar algumas dicas que venham a ajudar principiantes na modalidade.
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Cevas, o principal quesito!
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Detalhes que faz a diferença, começar semanas ou até meses antes. É algo cheio de variáveis e fórmulas. Uma para cada circunstância.
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A princípio podemos até pensar por que um peixe iria comer uma semente, de milho ou de soja, que ele não encontra normalmente no rio. Mas, ao analisarmos profundamente a questão, perceberemos que esses alimentos cultivados pelo homem contem grandes índices de proteína, cálcio, fósforo, fibra e gordura. Logo o peixe identifica como uma boa fonte de energia por meio de seu olfato.
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Aliás, quando for preparar a mistura, alguns cereais (milho, soja, arroz e seus derivados como quireras e farelos) e algumas sementes menores (sorgo e painço) não poderão faltar. Tudo isso porque os pesos e formas diferentes ao serem carregadas pelas correntes do rio atingirão diversas distâncias. Outros grandes aliados na mistura e de alto poder atração, por ter índices acima de 50% proteína bruta, são a farinha de peixe, farelo de soja, sangue em natura e rações específicas. |
A seguir, mostrarei a receita que uso com sucesso em minhas pescarias. Vale dizer que tudo dependerá da situação, correntes, profundidades, cor de água, época do ano e até mesmo a modalidade que ela vai ser usada como o barranco em “giral” com caniço simples ou a embarcado com vara para carretilha ou molinete e suas sub-modalidades, como a fundeada ou batidinha (rodada). |
Piapara Tradicional
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Também atrai Piau, Piauçu, Pacu e Piracanjuba.
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- 50% Milho;
- 30% Soja;
- 10% Quirera milho;
- 5% Quirera de arroz;
- 5% Painço;
- Sangue de boi e farelo de arroz a gosto.
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Modo de Preparo:
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Deixe o milho na água de sete a dez dias. Ele vai inchar e ficar mole, tornando mais fácil de ser digerido. Há pescadores que preferem deixar o milho de molho por mais dias deixando-o azedo e com um cheiro forte. Proceda da mesma forma com a soja, a quirera de arroz e milho. A penúltima deve permanecer apenas 24 h e a última, no mínimo três e no máximo cinco dias. Em seguida deixe a água dos ingredientes escorrer bem. Com o auxílio de uma peneira, deixo cada um por um breve período. Depois, coloco um sobre o outro e misturo com uma pequena enxada. Puxe de um lado para o outro, de três a cinco vezes, dependendo da quantidade, até que a mistura fique homogênea.
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Mesmo com a ausência de água, é possível perceber que a mistura está encharcada. Nesse momento pode ser adicionado o farelo de arroz aos poucos. Tome cuidado que o contato com a água, o farelo tem tendência de triplicar seu tamanho. O mesmo ocorre com todos os outros ingredientes citados acima. Vá adicionando e misturando até ficar a seu gosto.
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Para finalizar acrescente o sangue, que tem o inconveniente de estragar facilmente. Como o manuseio é complicado, uma boa dica é congelar ou comprar apenas o necessário para a pescaria do final-de-semana e adicionar à ceva pouco antes da pescaria.
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Também é possível acondicioná-lo em garrafas pets e misturar na hora da pescaria no rio.
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Alguns pescadores garantem que agindo dessa forma o sangue permanece inalterado por até seis meses. Eu uso a técnica há um bom tempo e aprovei.
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O engarrafamento deve ser feito no dia da coleta. Mesmo fresco ele tende a coagular. Para evitar esse problema basta “coar”, passando ele por uma peneira de feijão. Com ajuda de uma luva de tecido espremo os coágulos na tela da peneira, que caem dentro de uma bacia. Depois, com um funil passo o líquido para a garrafa. Após alguns dias, cria-se uma forte pressão dentro da garrafa. Para abrir, costumo fazer dentro d’água.
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As variações
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